Dança - Crônica de Dahya Furtado
Dança é entrega. É deixar-se levar.
DANÇA - Crônica
Dança é poesia que a alma lê e nos faz flutuar nesse espaço. Dança é entrega. É deixar-se levar. No palco, artistas com suas partituras, exibem o repertório ensaiado com esmero. Pessoas se embolam nos passos imprevisíveis. E quase nunca erram. É a arte de dançar. É uma linda e sensual apresentação. A música acalenta conversas ao pé do ouvido. E sinceramente? Nem sempre agradáveis. E com sabedoria nos desvencilhamos do mal estar. Amigos, Amigas, conversas descontraídas nas mesas decoradas por bolsas, celulares leques e drinques. Mau humor ali, nem pensar. Problemas, dores, artrite, joanete… deixamos em casa. O ambiente exala o perfume da sedução. Vestidos que brilham deslizam na pista. Corpos se insinuam na dança com puro prazer de dançar. Seja bolero, mambo, fox samba, pagode, forró, valsa, tango, a pista está sempre cheia. Descontração gera alegria independentemente se estamos na casa dos sessenta, setenta, oitenta, noventa... Todos somos criativos e respeitamos nossos limites. E…dançamos. Ritmo provoca os pés dos mais tímidos debaixo das mesas. Os meus, que de timidez não tem nada, pinicam até que eles sejam convidados a se exibirem na pista. Garçons pra lá e pra cá, servem cuidadosamente às comandas. Pedidos que fazem parte do ambiente e desembaraçam os retraídos. Cansado o corpo. Lavada a alma. Joelhos doendo Os pés nem cabem mais nos sapatos. O perfume agora se misturou ao suor de outros. Saímos levando o som, o cheiro e o sabor desse momento de prazer. E o relaxante e necessário banho, nos ajuda ainda mais relaxar. O copo de leite com biscoito maisena nos aguarda nesse fim de noite. Na cabeceira da cama os remedinhos pra pressão, colesterol, diabetes… inclusive os pra dormir. E … amanhã estaremos novos, e prontos pra novo dia.
Dahya Furtado